O que é?

Corresponde à presença de líquido mucoso/seroso não infetado nas cavidades do ouvido médio, quem que haja sinais inflamatórios agudos (febre ou dor). Este fluido pode acumular-se como resultado de uma constipação, dor de garganta ou infeção respiratória superior. Geralmente é autolimitada, o que significa que se resolve entre 4- 6 semanas. No entanto, em alguns casos, pode persistir por um longo período de tempo e causar uma diminuição temporária da audição ou infetar e causar otite média aguda.

A otite serosa é mais comum em crianças entre os 6 meses e os 3 anos e afeta mais o sexo masculino do que o feminino. A condição ocorre com mais frequência nos meses de outono e inverno e é geralmente subdiagnosticada devido à falta de sintomas agudos ou óbvios (em comparação com a otite média aguda).

Sintomas

  • Sensação de “ouvido tapado”
  • Diminuição da audição (a criança com 18 meses já deve pronunciar a
    sua primeira palavra)
  • Normalmente, não é acompanhada de febre ou dor

Causas

  • Disfunção da trompa de Eustáquio: Esta é uma formação tubular que comunica o ouvido médio, com o aparelho respiratório e que tem como funções o equilíbrio das pressões entre os ouvidos médio e externo, limpeza das secreções e proteção do ouvido médio
  • Inflamação crónica da mucosa do ouvido médio em resposta à presença de uma ou várias bactérias
  • Episódios infeciosos agudos de repetição

Outros fatores predisponentes são:

  • Aleitamento artificial
  • Aleitamento na posição deitada
  • Frequência de infantário
  • Tabagismo dos pais
  • Família numerosa com irmãos doentes

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado com base na história clínica e no exame físico, incluindo a inspeção do(s) ouvido(s) externo(s) e do(s) tímpano(s) usando um otoscópio (um instrumento iluminado que permite ver o ouvido por dentro. Um otoscópio pneumático projeta um sopro de ar no ouvido para testar o movimento do tímpano; testes auditivos (timpanograma e audiograma) podem ser necessários.

Tratamento

O doente deve ser encaminhado para uma consulta de otorrinolaringologia onde são realizados os exames e terapêutica dirigida a possíveis situações desencadeantes da otite serosa, nomeadamente, alergias, infeções respiratórias de repetição ou adenoidite crónica. Consoante a situação clínica, pode haver necessidade de efetuar algum procedimento cirúrgico.

A otite serosa pode evoluir para outras formas de otite crónica com repercussão na audição e no estado geral do doente. Pode haver necessidade de cirurgias mais complexas, muitas vezes sem garantias de recuperação total das características normais do ouvido.

A otite serosa caracteriza-se por uma surdez de transmissão, que quando resolvida ocorre recuperação da audição. No entanto, a sua persistência não sujeita a tratamento pode evoluir para uma surdez definitiva, pela libertação de mediadores inflamatórios tóxicos para o ouvido.

Prevenção

Os anti-histamínicos são prescritos para prevenir ou tratar a otite serosa mas não existem ensaios clínicos controlados para determinar a eficácia de tais intervenções como prevenção.

Fontes:

Children's Hospital of Philadelphia

US National Library of Medicine, National Institutes of Health

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