Borderline ou Transtorno de personalidade limítrofe: o que é?

Cérebro e saúde mental
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Impulsividade, instabilidade e comportamentos autolesivos são alguns dos sinais que podem alertar para um transtorno de personalidade limítrofe ou borderline.

O transtorno de personalidade limítrofe (ou borderline) corresponde a uma perturbação da personalidade caracterizada por um padrão de instabilidade, designadamente a nível afetivo, da autoimagem e relacional, fazendo-se acompanhar por impulsividade e comportamentos autolesivos ou mesmo suicidas. Esta perturbação implica uma grande necessidade de cuidados de saúde e associa-se a uma elevada mortalidade.

 

Qual é a prevalência?

Calcula-se que afete entre 1 a 6% da população e cerca de 20% dos doentes psiquiátricos internados. Normalmente surge no início da idade adulta.

 

Sinais e sintomas do transtorno de personalidade borderline

O transtorno de personalidade limítrofe está associado a sinais e sintomas típicos que podem servir para dar o alerta e procurar ajuda:

  • Impulsividade acentuada e comportamentos de risco, como automutilação, gastos exagerados, abuso de substâncias, relações sexuais de risco, condução perigosa ou alimentação compulsiva
  • Instabilidade e conflituosidade nas relações interpessoais
  • Medo da separação ou abandono
  • Sentimento persistente de vazio
  • Autoimagem volúvel
  • Variações constantes de humor
  • Raiva acentuada e desproporcional
  • Ideias, ameaças e/ou tentativas de suicídio (em 10% dos doentes, o suicídio é consumado)

 

Causas

Embora ainda não seja totalmente claro, sabe-se que existem fatores biológicos, ambientais e sociais subjacentes e está descrita uma relação entre esta perturbação e traumas ocorridos na infância, como o abuso sexual ou o abandono.

 

Comorbilidades

A pessoa com transtorno de personalidade borderline tem, muitas vezes, outras doenças psiquiátricas concomitantes, nomeadamente depressão, perturbação bipolar, perturbações do comportamento alimentar e perturbação da ansiedade.

 

Como é feito o diagnóstico?

O transtorno de personalidade borderline pode ser diagnosticado por um profissional da área da saúde mental, como um médico ou um psicólogo, com base na história clínica, que inclui os antecedentes pessoais e familiares, bem como os sinais e sintomas.

 

Qual o tratamento do transtorno de personalidade borderline?

Feito o diagnóstico, o tratamento do transtorno de personalidade limítrofe deve assentar essencialmente em intervenções psicológicas, cujos objetivos principais são o controlo dos impulsos e a redução dos comportamentos autodestrutivos.

Dentro da psicoterapia, estudos revelam que as terapias de base cognitivo-comportamental são as mais eficazes. Os medicamentos podem ser usados como adjuvantes das intervenções psicológicas.

 

Sabia que...

Existem estudos que mostram a existência de alterações estruturais e funcionais no cérebro de pessoas que sofrem de transtorno de personalidade borderline, designadamente nas zonas cerebrais ligadas às emoções.

 

Atenção!

Estima-se que a probabilidade de ter transtorno de personalidade limítrofe é cinco vezes maior quando existe história familiar desta perturbação.

Fontes:

American Psychiatric Association

Publicado a 25/08/2023