Em que situações está indicada septoplastia nasal?

É um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns em Otorrinolaringologia. Trata-se essencialmente de corrigir um desvio no septo nasal, que pode causar obstrução nasal, afetando a respiração, o sono e até o olfato, e não apenas uma cirurgia estética. Sendo a total simetria difícil de conseguir naturalmente, grande parte das pessoas tem um ligeiro desvio no septo nasal. No entanto, mesmo nos casos em que é visível, isso não significa que seja necessário ser submetido a intervenção cirúrgica.

O que é o desvio do septo nasal?

Chama-se septo à pequena e fina parede, composta por osso e cartilagem, que separa as duas narinas e as fossas nasais. Um nariz “torto”, seja de nascença ou resultado de um acidente, implica normalmente um septo desviado, no entanto, existem diversos níveis de desvio.

É possível manter o septo desviado, desde que não afete a respiração e a qualidade de vida.

Uma lesão grave no nariz pode ser razão para uma septoplastia, principalmente se houver fratura dos ossos ou danos na cartilagem. Por outro lado, um septo desviado pode não trazer problemas durante muitos anos, mas acabar por agravar-se ao longo da vida ou provocar sintomas que requeiram avaliação de um especialista em Otorrinolaringologia.

Sabia que...

Nas crianças e jovens, a septoplastia nasal é feita ou recomendada apenas em casos específicos, uma vez que o corpo ainda está a crescer. É a partir do final da adolescência ou na idade adulta que a opção se torna mais comum.

Que sintomas podem levar a uma septoplastia?

Há várias dificuldades e sintomas que podem agravar-se devido ao desvio do septo nasal, que em alguns casos bloqueia uma das narinas, chegando a provocar doenças, como sinusite. A septoplastia torna-se uma necessidade médica mais evidente quando o septo desviado tem influência direta na qualidade de vida ou quando o potencial de novas doenças aumenta. A congestão nasal, por exemplo, aumenta a possibilidade de infeções por vírus ou bactérias.

Alguns dos sintomas que podem levar à indicação de uma septoplastia incluem:

• Dificuldade em respirar de uma das narinas ou em geral
• Congestão nasal, secreção lenta e difícil
• Sinusites e inflamações nasais
• Secura e sangramento do nariz
• Sono difícil e ressonar frequente

Antes de avançar para a septoplastia, o médico especialista confirma o diagnóstico, ou seja, certifica-se de que determinados sintomas são efetivamente causados pelo desvio do septo, com exames radiológicos. O desconforto da rinite alérgica, por exemplo, pode ser confundido com problemas relacionados com o septo nasal, e tem tratamento com medicação.

Em que consiste a septoplastia nasal?

É a intervenção cirúrgica que corrige o desvio no septo nasal, quando este está a causar bloqueios e dificuldades respiratórias. A septoplastia pode não alterar o aspeto exterior do nariz, caso o desvio do septo seja essencialmente interno, uma vez que os instrumentos são manuseados dentro das narinas.

Na septoplastia, o cirurgião de Otorrinolaringologia reposiciona a cartilagem ou o osso, ou ambos, podendo retirar uma parte caso seja essa a razão do bloqueio de um dos lados. Quando a septoplastia se deve a uma lesão ou trauma no nariz, com inflamação dos tecidos, pode ser necessário tratar o inchaço e prevenir infeções antes de avançar para a cirurgia. Por outro lado, o procedimento é relativamente simples, feito habitualmente em regime de ambulatório, sob anestesia geral.

Sabia que...

Na septoplastia interessa essencialmente corrigir o septo nasal. Já a rinoplastia, operação estética, pode não influenciar a respiração. À intervenção conjunta tanto estética como de correção do septo chama-se rinosseptoplastia.

Como é a recuperação?

A sutura de uma septoplastia é normalmente feita com pontos absorvíveis, o que facilita a recuperação. Caso seja necessário, o médico insere umas pequenas talas ou tubos de silicone para dar suporte ao septo nasal, e é habitual também colocar rolos de gaze ou algodão nas narinas para prevenir o sangramento e absorver as secreções. Esse suporte mantém-se durante os primeiros dias e a gaze normalmente é removida ou substituída antes, durante a primeira consulta de pós-operatório.

Na primeira semana é normal haver alguma congestão nasal, pequenas perdas de sangue e inflamação, além de um desconforto inicial que começa a desaparecer rapidamente. O cuidado com a higiene nasal, nomeadamente pela lavagem com soro ou uma solução salina, ajuda à recuperação.

Sabia que...

Fármacos como anti-inflamatórios e anticoagulantes podem necessitar de ser suspensos dias ou semanas antes da intervenção. O seu efeito anticoagulante aumenta o risco de hemorragia operatória.

Que cuidados deve o doente ter?

Para facilitar a cicatrização e prevenir outros problemas, como infeções ou hemorragias, há que ter atenção a determinadas atividades e preferir algumas posições, em trabalho ou em descanso. Por isso, alguns cuidados a adotar são:

• Manter a cabeça elevada ao dormir
• Não fazer esforços ou levantar pesos
• Evitar assoar o nariz durante as primeiras semanas
• Preferir roupa com fecho e botões, para não ter de vestir ou despir pela cabeça
• Reduzir atividades desportivas e de ginásio, incluindo corrida

A sensação de congestão nasal ou de respiração difícil pode prolongar-se por alguns meses, mas na maioria dos casos a melhoria da qualidade de vida é muito notória. Cicatrizes, reações alérgicas após a cirurgia ou hemorragias são bastante pontuais, e menos frequente ainda é a alteração física e visual do nariz além do que estaria previsto. Por outro lado, a respiração mais facilitada pode ter um efeito enorme no dia a dia, desde o reforço da resistência pulmonar e física à sensação de olfato mais apurado e melhor qualidade de sono.

Atenção!

Se tem frequentemente congestão nasal, algumas dificuldades em inspirar pelo nariz, e ressona, fale com um médico assistente. Pode ter necessidade de medicação, ou pode ser efeito do septo desviado.