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Gripe A: sintomas e cuidados a ter

Gripes e constipações
Ouvidos, nariz e garganta
10 mins leitura

Existem vários tipos de vírus da gripe, sendo um deles o da gripe A. Conheça os sinais a que deve estar atento nesta época do ano e saiba como se proteger.

A gripe é uma doença respiratória frequente, essencialmente sazonal, provocada pelos vírus influenza. Não existe apenas um tipo de vírus da gripe, mas sim vários grupos ou estirpes do mesmo vírus, identificados pelas letras A, B, C e D. A estirpe específica causadora de uma determinada gripe só é determinada através de testes ou análises laboratoriais, sendo a gripe A a mais comum. Saiba o que caracteriza esta doença e como se proteger.

 

O que é a gripe A?

A gripe A é provocada pelo vírus influenza do tipo A, habitualmente causadora da gripe sazonal. Este vírus, normalmente com os subtipos H1N1 e H3N2, pode atingir pessoas ou animais, tendo uma capacidade de mutação elevada, pelo que se torna mais difícil conseguir imunidade. Tem assim um ritmo de contágio elevado, transformando-se os surtos de infeção em epidemias.

Devido à elevada circulação na comunidade, o influenza A tornou-se sazonal, pelo que está incluído na composição das vacinas anuais contra a gripe. Desta forma, a maior parte da população vacinada adquire defesas e não irá desenvolver doença, a não ser que surja uma mutação mais resistente do vírus.

 

Como se transmite a gripe A?

O vírus da gripe A transmite-se quando o vírus entra no organismo através das mucosas da boca, olhos e nariz, instalando-se nas vias respiratórias. O contágio é feito através do contacto com o vírus de outras pessoas infetadas, não apenas diretamente, uma vez que o patógeno resiste algum tempo fora do corpo. As principais formas de transmissão são:

  • Contacto físico direto com pessoas infetadas, através apertos de mãos, beijos ou abraços;
  • Gotículas presentes no ar expelidas por uma pessoa infetada quando espirra, fala ou tosse;
  • Contacto com objetos ou superfícies onde o vírus está presente, como maçanetas, talheres, telemóvel e computador ou brinquedos.

 

Uma pessoa torna-se contagiosa cerca de um dia antes de manifestar sintomas e pode transmitir a doença ao longo de cinco a sete dias, mais ainda no caso de crianças ou adultos com pouca imunidade, que demoram mais tempo a combater o vírus. Por outro lado, o período de incubação do vírus é de um a sete dias após o contágio, mas normalmente os sintomas surgem ao fim de dois a três dias.

Somando estes fatores, um surto de gripe A é rápido, atingindo, por exemplo, a maioria dos alunos de uma turma ou colegas do mesmo local de trabalho em duas a três semanas, e ainda mais rapidamente no caso de elementos da mesma família ou habitação.

 

Sintomas da gripe A

Tanto nas crianças como nos adultos, a gripe A apresenta os sintomas da gripe sazonal (a também chamada época gripal, que pode ser de gripe A ou gripe B), de intensidade variável. Por norma, provoca febre mais elevada e dores nos músculos ou articulações, e uma maior severidade de sintomas do que a gripe B em geral. Os principais sintomas são:

  • Febre e arrepios;
  • Dor de garganta;
  • Dores de cabeça, nos músculos ou nas articulações;
  • Tosse persistente;
  • Rinorreia (corrimento nasal) ou nariz entupido;
  • Fadiga;
  • Vermelhidão na cara;
  • Menos apetite;
  • Diarreia e/ou vómitos.

 

Os primeiros sintomas são a febre e dor de cabeça e/ou musculares, que permanecem nos primeiros dois a quatro dias, seguindo-se as queixas diretamente relacionadas com o sistema respiratório. A maior parte dos sintomas desaparece ao fim de sete dias ou menos - dependendo da capacidade do organismo em combater o vírus -, podendo a tosse e fadiga permanecer mais algumas semanas.

 

Sabia que...

É possível ter gripe sem ter febre. Tenha em conta os outros possíveis sintomas associados, principalmente as dores no corpo e sintomas respiratórios.

 

Diferença entre constipação e gripe

Surge frequentemente alguma confusão entre gripe e constipação. De facto, são ambas infeções virais e partilham bastantes sintomas, no entanto, a constipação manifesta-se de uma forma bastante mais ligeira. Na gripe, os sintomas surgem de forma mais repentina, a febre é mais frequente e a doença em geral causa maior desconforto e pode ser incapacitante, ficando a pessoa infetada mais tempo de cama. Além disso, as complicações também são muito menos frequentes na constipação.

 

“Como saber se tenho gripe A?”

Na maioria dos casos, a gripe A causa sintomas relativamente leves. No entanto, se os sintomas forem severos ou se for uma pessoa de risco, com baixa imunidade, é recomendado ter uma consulta médica. O diagnóstico é feito através da descrição dos sintomas e sua duração, acompanhado por um exame físico. Caso seja necessário confirmar o tipo de vírus, principalmente em infetados de grupos de risco, é feito um teste através de amostra de muco no nariz, que deteta o material genético presente. Os testes rápidos de antigénio permitem ter resultados em alguns minutos, mas não são tão fiáveis como os PCR, que demoram mais alguns dias quando são enviados para o laboratório. Podem ser necessários exames de imagem como o raio-X de tórax, por exemplo.

 

Como tratar a gripe A?

A gripe A resolve-se habitualmente em cerca de uma semana, sendo necessário essencialmente manter o repouso, reforçar a hidratação e eventualmente tomar medicamentos para aliviar os sintomas, como os analgésicos para dores de cabeça ou musculares. Em caso de febre, pode também ser aconselhado tomar paracetamol numa dosagem adequada ao peso e à idade. Crianças com febre não podem tomar ácido acetilsalicílico (Aspirina, como é vulgarmente conhecido), que costuma ser usado nos adultos.

Os antibióticos não são usados para a gripe A, cuja infeção é viral, sendo, no entanto, necessários em casos que evoluem para infeção bacteriana.

As principais medidas para recuperação da gripe A são:

  • Manter-se hidratado, bebendo muitos líquidos (água, chá);
  • Repousar, não fazer esforços;
  • Ficar em casa até 24 horas depois de a febre ter passado e sem medicação;
  • Evitar o contacto próximo com outras pessoas;
  • Usar máscara na mesma divisão que outras pessoas ou se sair à rua;
  • Tossir ou espirrar para o cotovelo;
  • Lavar frequentemente as mãos;
  • Medir e registar a temperatura ao longo do dia;
  • Manter-se quente, mas não agasalhar-se demasiado;
  • Evitar fumar ou beber álcool;
  • Tratar a congestão nasal com soro ou descongestionantes;
  • Tomar medicação recomendada para a tosse e expetoração;
  • Aplicar uma bolsa térmica ou saco de água quente no caso de dores musculares;
  • Pedir para o contactarem ou visitarem se estiver sozinho.

 

Atenção!

Grávidas ou mães a amamentar não devem tomar medicação sem aconselhamento médico.

 

Quanto tempo demora a passar a gripe A?

A gripe A tem uma duração aproximada de sete dias. Os sintomas variam, mas vão reduzindo a intensidade lentamente, principalmente a febre e as dores, que podem provocar maior desconforto. Por norma, a medicação reduz a duração dos sintomas em um dia, sendo essencialmente preventiva de maiores complicações, nomeadamente no caso de doentes de risco. Por outro lado, após dois dias sem febre, a possibilidade de contagiar outras pessoas é bastante mais reduzida, não implicando tantos cuidados com outras pessoas.

 

Complicações da gripe A

As complicações de gripe ocorrem sobretudo em pessoas não vacinadas, em situação de imunodepressão ou com doenças crónicas associadas. Caso não haja tratamento ou os sintomas se prolonguem, a gripe A pode levar a:

  • Infeções nos ouvidos, otites;
  • Infeções dos seios nasais;
  • Pneumonia;
  • Síndrome de dificuldade respiratória aguda grave;
  • Infeções cardíacas;
  • Encefalite;
  • Síndrome do choque tóxico;
  • Agravamento de doenças preexistentes;
  • Aborto, no caso de grávidas;
  • Defeitos do tubo neural nos fetos em desenvolvimento.

 

Quais os grupos de risco para gripe A?

As crianças e os idosos e pessoas com baixa imunidade ou a presença de outras doenças e condições médicas constituem grupos de risco, que devem estar mais atentos ao aparecimento ou evolução dos sintomas de gripe A. Os fatores de risco para a gripe A são:

  • Crianças com menos de 2 anos;
  • Grávidas;
  • Pessoas com mais de 65 anos;
  • Asmáticos e doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC);
  • Diabéticos e pessoas com obesidade;
  • Pacientes crónicos com doenças cardíacas, hepáticas, renais ou neurológicas;
  • Doentes oncológicos;
  • Pessoas com o sistema imunitário comprometido, como doentes com SIDA;
  • Portadores de doenças do sangue;
  • Pessoas com dificuldade em tossir, engolir ou libertar fluidos do nariz;
  • Idosos ou pessoas a viver em instituições.

 

As pessoas pertencentes a estes grupos de maior risco de contrair a doença e de maior probabilidade de complicações em caso de infeção devem consultar o médico assistente e vacinar-se contra a gripe sazonal.

 

Quando procurar atendimento médico?

O agravamento dos sintomas ou a sua manutenção, sem alterações, durante alguns dias é sinal de que é necessário consulta médica assim que possível. Deve-se procurar serviços de urgência imediatamente em caso de:

  • Febre acima de 40 ºC;
  • Dificuldade respiratória;
  • Incapacidade urinária ou urina reduzida;
  • Dor que não passa no peito ou no abdómen;
  • Tonturas persistentes ou confusão mental;
  • Dores fortes nos músculos ou fraqueza extrema;
  • Convulsões;
  • Pele, lábios ou unhas azulados, sinal de baixo oxigénio no sangue;
  • Febre ou tosse que parou e depois regressou com maior intensidade.

 

Prevenção da gripe A

A vacinação anual é a melhor forma de prevenção contra a gripe e suas complicações em geral. As pessoas com indicação devem vacinar-se anualmente, uma vez que os vírus e as vacinas também se modificam todos os anos. Dessa forma, o organismo irá criar imunidade contra as estirpes circulantes que podem ser diferentes em cada ano.

Devem vacinar-se para a gripe os seguintes grupos de pessoas:

  • Profissionais de saúde;
  • Profissionais de lares, bombeiros e elementos de forças de segurança;
  • Pessoas que tenham contacto com idosos ou crianças, como em lares e escolas;
  • Pessoas com mais de 65 anos;
  • Doentes crónicos dos pulmões, coração, rins ou fígado ou com diabetes;
  • Pessoas que necessitam de diálise;
  • Transplantados ou pessoas a aguardar transplante;
  • Pessoas com deficiência como a trissomia 21;
  • Grávidas.

 

A vacina é gratuita nos centros de saúde para idosos, internados, profissionais de saúde, bombeiros com atividade assistencial e doentes dos vários grupos de risco. Contudo, de modo voluntário, as pessoas podem ser vacinadas na medicina privada ou nas farmácias pagando o custo da vacina.

Outras medidas de proteção essenciais estão relacionadas com a etiqueta respiratória e o cuidado com locais que aumentem o risco de infeção. Para prevenir a gripe A e outras variantes da doença deve:

  • Evitar contacto com pessoas infetadas;
  • Evitar locais com muitas pessoas;
  • Usar máscara;
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;
  • Evitar levar as mãos à cara;
  • Cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar, pois pode já estar infetado;
  • Não partilhar comida, utensílios ou copos com outras pessoas.

 

A gripe A e as outras formas da doença não são particularmente perigosas, no entanto, a prevenção ajuda a evitar a infeção e, mais importante ainda, a reduzir a propagação da doença e a sua transmissão a outras pessoas, particularmente os grupos de risco, que podem sofrer maiores complicações.

 

Sabia que...

A vacinação sazonal faz-se anualmente e inclui as estirpes do vírus da gripe influenza tipo A e tipo B. É gratuita e recomendada anualmente como método mais eficaz de prevenção da gripe - aconselhe-se com o seu médico.

 

 

Atualizado a 24/01/2025

Fontes:

Cleveland Clinic, janeiro de 2025

Direção-Geral da Saúde, janeiro de 2025

Mayo Clinic, janeiro de 2025

NHS, janeiro de 2025

Penn Medicine, janeiro de 2025

SNS, janeiro de 2025

WebMD, janeiro de 2025

 

Publicado a 05/04/2022