Internamento em casa, tal como acontece no hospital

Um quadro de febre alta, tosse com expetoração e dores no corpo, sobretudo na região torácica, levou Sónia Peliano a recorrer ao Atendimento Permanente da CUF. Aí, o médico Pedro Correia Azevedo diagnosticou-lhe uma pneumonia com critérios de internamento. Em alternativa ao internamento convencional, foi sugerido internamento em Hospitalização Domiciliária. Fique a conhecer melhor este serviço, em que o internamento se faz em casa e a equipa clínica está disponível para prestar cuidados ao domicílio ao doente 24 horas por dia, sete dias por semana.

As vantagens do internamento em casa

O conforto e o ambiente acolhedor do lar foram duas das vantagens da Hospitalização Domiciliária CUF destacadas por Sónia Peliano. Também foi vantajoso no sentido em que pôde manter alguma normalidade do dia a dia, inclusivamente continuar em teletrabalho, estar acompanhada dos seus familiares e poder receber visitas.

Pedro Correia Azevedo, médico da Hospitalização Domiciliária CUF, confirma a existência de vantagens do internamento no domicílio: “O principal objetivo da hospitalização domiciliária é resolver o problema clínico que motiva o internamento do doente, mas sem dúvida que há diferenças face ao internamento convencional, que passam desde logo por uma maior humanização dos cuidados, uma personalização dos cuidados de saúde, a possibilidade de um maior ensino e promoção para a saúde através da literacia constante dos doentes, que tendo patologias agudas ou crónicas têm que lidar efetivamente com a sua condição. Também acabamos por ter uma redução significativa daquilo que são as complicações habitualmente associadas ao internamento convencional, como as infeções hospitalares, as quedas e os quadros de desorientação, sobretudo nos doentes mais idosos.”

O internamento em casa pode também trazer algumas vantagens para o cuidador: “Ao longo do tempo, vamos capacitando e ensinando os cuidadores a lidar com aquela doença, e com eventuais condições crónicas que daí possam surgir”, salienta Pedro Correia Azevedo.

Em casa, como se estivesse no hospital

Todos os dias, Sónia Peliano recebia a visita de uma equipa médica em casa para Apoio Domiciliário, mas também era acompanhada via telefone. “Os cuidados em casa foram muito bem sucedidos”, afirma, “tive várias vezes a sensação de que estava a ser acompanhada diretamente no hospital CUF. Todos os dias, vinha um médico e um enfermeiro com medicação para o dia seguinte, era administrado o antibiótico e toda a medicação intravenosa”. Recorda ainda um episódio em que um imprevisto a levou a contactar o hospital: “Senti que tive sempre o acompanhamento direto, uma boa articulação com o hospital. Necessitei inclusive de trocar o cateter, liguei para a equipa e deslocaram-se de imediato a minha casa.”

Pedro Correia Azevedo explica que, “todos os dias, a equipa desloca-se a casa do doente para o visitar, numa equivalência à visita diária da enfermaria, portanto, temos a nossa enfermaria ambulatória, em casa dos doentes. Se necessário, pode haver uma segunda visita e há sempre um contacto telefónico, com disponibilidade de 24 horas”. Além disso, o médico acrescenta que estão a ser desenvolvidas “soluções de telemonitorização que permitem outras vantagens e capacidades de monitorização dos doentes. Não apenas com o registo básico dos sinais vitais - como a tensão arterial e a temperatura -, mas também a monitorização dos sintomas clínicos, com o uso de inquéritos ou de outras ferramentas que nos permitam ter uma maior presença digital em casa dos doentes”.

E se o doente precisar de equipamentos de saúde?

“Habitualmente, a CUF fornece ou pode facilitar o fornecimento de tudo aquilo que é necessário”, afirma Pedro Correia Azevedo, dando alguns exemplos: “Pode haver a necessidade de oxigenoterapia, com colocação de determinado tipo de dispositivos em casa do doente, de uma cama articulada, de colchões de pressão alterna, ou de outros dispositivos não medicamentosos”. Esta agilização permite dar uma resposta integrada tendo em consideração as necessidades globais de cada doente.

Literacia em saúde: um meio para o autocuidado

A equipa clínica do doente está disponível não apenas para prestar todos os cuidados necessários, como também para capacitá-lo para tratar de si, formando-o relativamente à toma de medicação e uso de eventuais equipamentos. Sónia Peliano conta a sua experiência: “Foi-me passada toda a formação sobre a forma de utilizar o broncodilatador, uma vez que eu estava com bastante falta de ar, e foi-me sempre explicada a forma como devia tomar os medicamentos.”

Quem é candidato a este serviço

Existem alguns critérios a cumprir para poder ser admitido neste serviço. Para já, a Hospitalização Domiciliária CUF destina-se apenas a adultos, com 18 ou mais anos, explica Pedro Correia Azevedo, acrescentando ainda que devem ser doentes com critérios de internamento: “Um doente em hospitalização domiciliária é um doente que, se não tiver esta possibilidade, estará no internamento convencional, portanto, são doentes com critério clínico de internamento, que morem numa área geográfica próxima do hospital - habitualmente, uma distância-tempo de 30 minutos de um hospital CUF de referência - e que tenham o que chamamos critério social, isto é, a presença de um cuidador que seja o elo de ligação com a equipa de saúde.”

A maioria dos doentes internados em Hospitalização Domiciliária CUF são “quadros infecciosos de vária ordem - como os respiratórios, urinários, da pele -, mas também existem outros quadros, como insuficiências cardíacas agudizadas e doença pulmonar obstrutiva crónica agudizada”, explica.

Em que zonas está disponível a Hospitalização Domiciliária CUF

A Hospitalização Domiciliária CUF já é uma unidade com operação a nível nacional. “Começámos na zona da Grande Lisboa e neste momento temos camas também na Margem Sul do Tejo, Grande Porto, Torres Vedras e ilha de São Miguel, nos Açores. Em breve, teremos novidades no que diz respeito ao surgimento de mais unidades, que estão neste momento já em fase de desenvolvimento”, enumera Pedro Correia Azevedo.