O stress engorda mesmo?

Alimentação
Prevenção e bem-estar
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Sim! O stress engorda quando é constante, quer por nos levar a fazer escolhas alimentares menos boas, quer por interferir com a qualidade do sono.

O stress é um assunto muito debatido, mas sabe ao certo o que é? De um modo muito simples, é uma resposta do nosso organismo quando é confrontado com situações de risco. É o stress que nos faz reagir com rapidez perante ameaças, sendo nesse caso útil. O problema reside quando, por motivos profissionais ou pessoais, o stress persiste e se instala de forma continuada, tornando-se nocivo. E como é que este tipo de stress crónico pode estar relacionado com o peso? Nós explicamos.

 

Stress e fome, o que diz a ciência

Hoje em dia, existe evidência científica do papel do stress como fator que contribui para o aumento de peso. A explicação é simples e envolve a produção, pelo organismo, de hormonas e enzimas que influenciam o apetite e o aumento de peso.

Os estudos mostram, por exemplo, que o stress acelera a produção de cortisol. Esta hormona, além de abrandar o metabolismo, faz aumentar o apetite quando produzida em excesso. O cortisol também reforça o desejo por alimentos muito calóricos, ricos em açúcar e gordura, como batatas fritas ou bolos.

 

Pode acumular-se mais gordura na barriga

A ingestão deste tipo de alimentos tem como consequência o aumento de peso e a obesidade e, também, a acumulação de gordura na zona do perímetro abdominal - considerada o tipo de gordura mais perigosa e que promove o desenvolvimento de várias patologias e o aumento do risco de mortalidade prematura.

 

O efeito do stress no sono

Um dos efeitos do stress são as alterações no sono. Dificuldade em adormecer, sono intermitente e pesadelos, são algumas das consequências que este estado pode ter no ciclo de sono. Acontece que, como afirma o estudo "The Metabolic Consequences Of Sleep Deprivation", publicado na Sleep Medicine Reviews (EUA), dormir, sistematicamente, menos de 8h provoca alterações nas hormonas leptina e grelina, responsáveis pelo controlo da fome: os níveis de leptina (redução do apetite) baixam, enquanto os níveis de grelina (aumento do apetite) aumentam.

 

Estratégias para gerir o stress

Se tem tendência para comer exageradamente quando está sob pressão, experimente estas dez técnicas de gestão de stress:

  1. Reconheça os sinais do stress, nomeadamente ansiedade, irritabilidade e tensão muscular
  2. Antes de comer, pergunte-se se tem mesmo fome ou se foi o stress que lhe abriu o apetite
  3. Não salte refeições, sobretudo o pequeno-almoço
  4. Não compre alimentos que lhe dão a sensação de conforto. Estes costumam ser os que engordam, tais como bolachas, bolos, batatas fritas, entre outros
  5. Faça um registo do tipo de alimentos que costuma escolher. Isto ajudá-lo-á a perceber os excessos que tem cometido e motivará a mudança
  6. Durma e descanse o suficiente
  7. Mantenha o seu organismo hidratado. Muitas vezes, a sede mascara-se de fome
  8. Pratique exercício físico regularmente; experimente modalidades que ajudam a aliviar o stress, como o yoga ou a meditação
  9. Planeie o seu dia com antecedência, estabeleça prioridades e aprenda a delegar tarefas
  10. Se as técnicas de gestão de stress que utilizar não parecerem surtir efeito, considere a hipótese de procurar ajuda médica

 

Sabia que...

Segundo especialistas da American Dietetic Association, os adultos, jovens e crianças são pouco cuidadosos com a alimentação quando estão sob stress.

Publicado a 26/08/2014
Doenças