Retinoblastoma: sabe o que é?
O nome é difícil de pronunciar e o diagnóstico pode ser um choque, mas na maioria dos casos o retinoblastoma, um tumor infantil que atinge o olho, é curável.
O retinoblastoma é um tipo de tumor raro que atinge o olho, mais concretamente a retina. Pode afetar um olho (unilateral) ou ambos (bilateral), o que acontece principalmente nas formas hereditárias da doença. Cerca de 90% dos casos ocorrem em crianças abaixo dos cinco anos de idade, mas a idade média de diagnóstico é de 18 meses.
Dados dos National Institutes of Health dos Estados Unidos da América indicam que o retinoblastoma representa 4% de todos os cancros abaixo dos 15 anos de idade. Em todo o mundo, surgem anualmente 11 casos por milhão em crianças com menos de cinco anos.
Sinais e sintomas
- Pupila branca ou leucocória - do grego leuco (branco) e coria (pupila) -, em particular quando uma luz intensa, como a do flash de uma máquina fotográfica, incide diretamente nos olhos
- Dor persistente
- Vermelhidão
- Olhar cruzado (estrabismo) ou problemas de visão
Fatores de risco
O retinoblastoma pode ser hereditário ou não. Nas formas hereditárias, o retinoblastoma resulta sobretudo da mutação num gene (RB1) que "passa" de pais para filhos. Por causa dessa mutação, algumas células da retina dividem-se de forma descontrolada, dando origem ao tumor. Nas formas não hereditárias, não há risco de transmitir a mutação para a descendência.
Em que consiste o diagnóstico
A existência de alguns dos sintomas não significa que a criança tenha retinoblastoma, até porque eles são comuns a outras doenças oftalmológicas, como uma infeção intraocular, retinopatia do prematuro ou cataratas. Em qualquer caso, sintomas como pupila branca sugerem uma ameaça séria para a visão e devem ser investigados rapidamente. Para ter a certeza, o médico terá de fazer alguns exames ao olho, alguns dos quais podem requerer anestesia.
Aconselhamento genético
Após o diagnóstico, deve haver lugar a aconselhamento genético, isto é, a uma consulta com um especialista, a fim de determinar a necessidade de fazer um exame genético a outros membros da família, designadamente aos irmãos, para determinar o risco de desenvolverem a doença.
Tratar o retinoblastoma
O tratamento do retinoblastoma depende do estádio da doença, da localização e de outros fatores, incluindo quimioterapia, radioterapia ou braquiterapia, crioterapia ou cirurgia.
Depois do tratamento do retinoblastoma hereditário, é preciso vigiar os olhos periodicamente, uma vez que podem surgir novos tumores.
Quando existe um tumor no cérebro associado ao retinoblastoma hereditário (retinoblastoma trilateral), é obrigatório repetir determinados exames, como a ressonância magnética.
Tendo em conta que o retinoblastoma hereditário aumenta também o risco de outros cancros, é previsível que o médico peça vários outros exames, por precaução.
Sabia que...
No retinoblastoma, a taxa de cura é superior aos 90%.