O que é?

As células do epitélio da laringe são as responsáveis pela constituição do tecido que forra a laringe. No seu estado normal estas células crescem e dividem-se em novas células, formadas à medida que vão sendo necessárias, e a este processo chama-se regeneração celular.

 

Quando as células perdem o mecanismo de controlo e sofrem alterações no seu genoma (DNA), tornam-se células de cancro, que não morrem quando envelhecem ou se danificam, e produzem novas células que não são necessárias de forma descontrolada, resultando na formação de um cancro.

 

Os cancros da laringe formam-se em resposta a agressões continuadas ao epitélio. O cancro da laringe faz parte de um grupo de cancros que agregamos na denominação geral de cancro da cabeça e do pescoço.

Prevenção

A prevenção do cancro da laringe passa fundamentalmente pela adoção de hábitos saudáveis, nomeadamente não fumar e evitar o consumo de álcool.

 

Passa também por estar alerta aos sintomas da doença, devendo consultar o seu médico caso os mesmos se manifestem.

 

No caso de ser um fumador habitual ou consumir álcool em excesso, deverá realizar consulta periódica com o seu médico, para efetuar um diagnóstico precoce do cancro da laringe ou de outro tipo de cancro da cabeça e do pescoço.

Fatores de risco

Qualquer comportamento ou condição que aumenta o seu risco de ter uma doença é um fator de risco. Se um ou mais fatores de risco se aplicarem a si, não quer dizer que desenvolverá necessariamente cancro da laringe. Da mesma forma, o cancro da laringe pode aparecer em indivíduos que não apresentem fatores de risco conhecidos.

Ainda não foi possível encontrar as causas para o cancro da laringe, mas alguns fatores de risco são conhecidos. Os principais fatores de risco são:

 

Tabaco – fumar constitui a causa da maioria dos cancros da laringe; fumadores intensivos que fumem há vários anos apresentam maior risco;

 

Álcool – o consumo excessivo de álcool aumenta o risco de cancro da laringe; este fator combinado com tabaco aumenta o risco de desenvolver cancro da laringe.
 

Sintomas

Os sintomas de cancro da laringe não são exclusivos, podem aparecer noutras doenças. O facto de ter um ou mais dos sintomas aqui descritos não significa que tem cancro da laringe.

 

Deverá estar atento e consultar o seu médico se tiver os seguintes sintomas:

  • Inflamação na garganta que não desaparece apesar do seu tratamento;
  • Massa no pescoço ou na garganta;
  • Rouquidão ou alteração da voz que não passa;
  • Dificuldade ou dor ao engolir;
  • Dificuldade em respirar;
  • Tosse persistente que não desaparece apesar do seu tratamento;
  • Dor nos ouvidos que não desaparece.

A quem me devo dirigir?

Se detetar algum dos sinais ou sintomas descritos, deve consultar um Otorrinolaringologista ou um especialista em Cirurgia Máxilo-Facial.

A CUF  Oncologia tem à sua disposição equipas especializadas, com uma vasta experiência nas diferentes abordagens de diagnóstico e tratamento dos cancros de cabeça e pescoço.

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Cabeça e pescoço
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Subtipos de cancro da laringe:

Há vários tipos de cancro da laringe:

  • carcinoma pavimento - celulares, pavimentosos epidermóides ou escamosos – representam cerca de 95% dos cancros da laringe, e têm origem nas células do epitélio estratificado – epitélio com várias camadas e com células achatadas - que recobre o interior do órgão;

 

  • carcinomas verrucosos;

 

  • adenocarcinomas;

 

  • carcinomas de pequenas células.
António Chinita

"Nunca podemos desistir. Enquanto tivermos forças temos de avançar."

António Chinita, Cancro da Laringe
Diagnóstico

Num doente com suspeita de cancro da laringe podem ser pedidos exames para diagnosticar a doença.

 

O primeiro passo será realizar uma consulta de otorrinolaringologia, na qual será efetuada uma laringoscopia – exame que consiste na introdução pela garganta de um endoscópio para ver a laringe. O médico pode efetuar uma biopsia a zonas suspeitas da laringe, recolhendo amostras do tecido suspeito.

Devem ser ainda solicitados exames de imagem, sendo o mais comum a TAC e análises gerais ao sangue.

Só a observação ao microscópio pela Anatomia Patológica, do material colhido numa biopsia da massa suspeita da laringe, pode confirmar o diagnóstico de cancro da laringe.

Estadiamento

estadiamento é o processo pelo qual nos certificamos se as células do cancro disseminaram da laringe para outras estruturas próximas ou mais distantes. A informação obtida pelo processo de estadiamento determina o estadio da doença, fundamental para o planeamento do tratamento.

 

Ao confirmar-se o diagnóstico de cancro da laringe, o passo seguinte consiste em proceder ao estadiamento da doença através dos seguintes exames de diagnóstico:

  • TAC cervical e torácica;
  • Radiografia de tórax;
  • Endoscopia digestiva alta.


 

Com base nos exames de diagnóstico efetuados, o estadiamento do cancro da laringe pode ser classificado da seguinte forma:
 

Estadio 0 – também denominado carcinoma in situ, neste estadio o cancro só se encontra na camada mais interna do epitélio da laringe;

 

Estadio I – neste estadio o cancro apresenta-se da seguinte forma:
 

  • Supraglótico - Cancro localizado numa das paredes da supra glote;
  • Glótico – presença de cancro numa das cordas vocais. A outra corda vocal movimenta-se normalmente;
  • Subglóticos - Cancro localizado na subglote.

 

Estadio II - neste estadio o cancro apresenta-se da seguinte forma:

  • Supraglótico - Cancro localizado nas várias paredes da supra glote e tecidos circundantes;
  • Glótico – o cancro espalhou-se ao andar supraglótico ou subglótico. As cordas vocais não se movimentam normalmente;
  • Subglóticos – o cancro espalhou-se a uma das cordas vocais.

 

Estadio III – o cancro invade gânglios linfáticos do lado do tumor mas cujos gânglios apresentam uma dimensão inferior a 3 cm;

 

Estadio IV - Neste estadio o cancro disseminou-se para órgãos à distância.

Tendo em conta o estadiamento

Tendo em conta o estadiamento do cancro da laringe, a equipa clínica multidisciplinar avaliará o melhor tratamento a seguir.

 

As opções podem incluir a cirurgia, o tratamento por radioterapia e a quimioterapia, por si ou de forma combinada.

 

Estadio 0 – a opção de tratamento passa pela cirurgia para remoção da lesão, mantendo a laringe;

 

Estadio I – neste estadio e dependendo do tipo de cancro, as opções de tratamento podem ser:

Cancro não glótico: cirurgia de remoção parcial da laringe - laringectomia supraglótica, parcial ou hemilaringectomia – ou laringectomia total e radioterapia;

Cancro glótico: as mesmas opções apresentadas para o cancro não glótico, e/ou ainda a realização de cordectomia, ou seja, a remoção das cordas vocais;

 

Estadio II – neste estadio a opção de tratamento passa pela cirurgia, com ou sem radioterapia ou exclusivamente radioterapia;

 

Estadio III – as opções incluem a cirurgia com ou sem radioterapia, ou radioterapia exclusiva, ou quimioterapia concomitante com radioterapia  (com ou sem cirurgia);

 

Estadio IV - Pode ser feita uma cirurgia para controlo da doença local mas o mais habitual é o uso das modalidades não cirurgicas como a quimoterapia e radioterapia, em combinação ou em sequência.

 

A realização de uma laringectomia total provoca sequelas para o doente, como deixar de falar e passar a ter uma traqueostomia definitiva, ou seja, a respiração passa a ser feita através de um orifício artificial na garanta, realizado pelo cirurgião.

 

Felizmente ao longo dos anos têm vindo a desenvolver-se formas seguras de tratamento conservador, ou seja, que não obriguem à realização de uma laringectomia para tratar o cancro da laringe.

Follow-up

 

Os doentes que tiveram cancro da laringe poderão ser seguidos pelo oncologista ou pelo otorrinolaringologista no caso de terem sido operados. Os doentes devem ser observados na consulta de Otorrinolaringologia onde deve ser feita observação da laringe e os exames a pedir são exames de imagem e análises de sangue, consoante a decisão do clínico.

Cancro da laringe em números
600
casos/ano em Portugal
2%
de todos os cancros
3º país
+ incidência da Europa