O que é?

Esta condição é também conhecida como cotovelo de golfista ou epicondilite interna.

Trata-se de uma tendinite que se associa a dor na região interna do cotovelo. Essa dor pode irradiar para o antebraço e para o pulso.

É uma perturbação semelhante ao cotovelo de tenista mas, ao contrário desta tendinite que afeta a região externa do cotovelo, aqui é afetada sua região interna.

 

Sintomas

O sintoma clássico é uma dor localizada na região interna do cotovelo que se agrava com a atividade física e diminui com o repouso. Essa dor pode estender-se ao longo da região interna do antebraço.

Pode ocorrer rigidez do cotovelo, sensação de adormecimento ou de formigueiro que pode irradiar até aos dedos.

Esta dor pode ter um início súbito ou gradual e agrava-se com os movimentos de swing com uma raquete ou um taco de golfe, com o apertar uma bola ou a mão de alguém, rodar uma maçaneta, levantar pesos, apanhar algo com a palma da mão virada para baixo ou com a flexão do pulso.

A amplitude do movimento do cotovelo está conservada porque a parte interna da articulação não está afetada.

Se não for tratado, o cotovelo de golfista pode causar dor crónica, redução da amplitude de movimentos ou uma contratura fixa do cotovelo.

 

Causas

É importante referir que os tenistas e outros atletas (basebol, ginástica) que usem de modo repetido o pulso, cerrem os dedos da mão, façam movimentos de flexão ou levantamento de peso podem também desenvolver cotovelo de golfista.

Atividades como pintura, carpintaria, uso de computador, cozinha podem também causar cotovelo de golfista.

Esta lesão pode associar-se a outras condições como a síndrome do canal cárpico, tendinites de outros músculos e osteoartrite.

A idade é também um fator de risco, sobretudo a partir dos 35 anos.

Diagnóstico

Para lá do exame médico, é importante o estudo radiográfico para detetar possíveis alterações do osso ou da articulação. A radiografia pode demonstrar a presença de calcificações nos tendões, sinal de que o processo já é antigo.

A ecografia permite estudar os tendões e, em alguns casos, poderá ser importante realizar uma ressonância magnética.

 

Tratamento

Na maioria dos casos (90%), o tratamento médico e a fisioterapia são suficientes. Nos restantes, a cirurgia é recomendada, sendo conveniente aguardar 6 a 12 meses antes de optar por essa solução.

O tratamento médico passa pelo uso de gelo, anti-inflamatórios, corticóides e repouso.

A cirurgia consiste na remoção do tecido lesado e das calcificações presentes, sendo importante a reabilitação pós-operatória para prevenir a rigidez e a atrofia muscular.

 

Prevenção

A prevenção desta e de outras lesões passa por um conjunto simples de medidas e por muito bom-senso.

É essencial não iniciar uma atividade desportiva sem a orientação adequada. No caso de pessoas com mais idade, nas quais o sistema músculo esquelético é mais rígido, é recomendável ter algumas aulas com um professor devidamente habilitado.

A escolha dos materiais e equipamentos é muito importante e deve ser ajustada às características de cada pessoa.

O aquecimento antes do início da atividade desportiva nunca deve ser esquecido.

Sempre que ocorrer algum sinal de cansaço devem ser feitas pausas de repouso ou, mesmo, interromper-se a atividade.

Os programas de treino devem ser adequados e dimensionados em função da idade e do estado geral de saúde.

Em caso de queixas persistentes, deve-se procurar um médico.

Finalmente, em caso de lesão e após a sua recuperação, não se deve ter pressa em retomar a atividade até que o processo esteja completamente resolvido.

 

Fontes

American Academy of Orthopaedic Surgeons, 2013

Mayo Foundation for Medical Education and Research, Jan 2013

Marcio Cohen e col., Lateral Epicondylitis Of The Elbow, Rev Bras Ortop. 2012;47(4):414-20

U.S. National Library of Medicine, Julho 2013

MedicineNet, Inc., 2013

Rogério Teixeira da Silva, Lesões do membro superior no esporte, Rev Bras Ortop. 2010;45(2):122-31

Jeffrey R. Dugas e col., Elbow Injuries in Sports, Hospital Physician Board Review Manual, Vol. 1, Part 4, 2005: 1-12