A ciência prova que rir faz bem à saúde

Cérebro e saúde mental
Prevenção e bem-estar
4 mins leitura

Rir tem vários benefícios para a saúde, particularmente para a saúde do coração, no alívio do stress e para o sistema imunitário.

Alguns ditados populares referem o riso como um “remédio” e, embora não tenha a capacidade de curar, o riso é certamente um promotor de saúde e qualidade de vida, como demonstram vários estudos.

A razão está intimamente ligada com o que acontece no sistema nervoso durante o riso.

O sistema nervoso parassimpático (SNP) é acionado nas situações em que o organismo percebe que está em segurança e não precisa de se proteger face ao ambiente. A atuação continuada do SNP, responsável pelas sensações de relaxamento, permite um ritmo cardíaco mais baixo, uma respiração mais calma e uma vivência mais desacelerada. Os estímulos que acionam o SNP são, por isso, promotores de saúde e entre eles estão o exercício físico moderado, a respiração intencional (respirar fundo e expirar) e também o riso.

Pelo contrário, a ação frequente do sistema nervoso simpático (SNS), cuja função é desencadear alerta e ansiedade face a perigos, aumenta a probabilidade de doenças cardíacas, cancro e obesidade. De um modo geral, um minuto de riso equivale a 45 minutos de relaxamento e proporciona uma respiração relaxada, do tipo diafragmático. Como consequência, estes são os benefícios do riso:



Alívio do stress

Seja num contexto social ou individualmente - por exemplo, ver um filme -, rir diminui o stress. A reação fisiológica desencadeada leva à diminuição do ritmo cardíaco e da pressão arterial, ou seja, uma sensação agradável para o corpo.

Com o riso, o organismo também liberta endorfinas, conhecidas como as hormonas da felicidade, e neuropeptídeos, responsáveis pelo combate à ansiedade.

 

Aumento do oxigénio no sangue

Um riso forte, “cheio de vontade”, com gargalhadas, aumenta a quantidade de ar e oxigénio inspirado, permitindo maior oxigenação. Com este aumento de oxigénio no organismo, o ritmo cardíaco também baixa, o que corresponde a um alívio de stress.

 

Melhor saúde cardíaca

Rir melhora a saúde cardiovascular, aumentando o fluxo sanguíneo e diminuição das hormonas do stress. Isto protege o coração contra enfarte e outros problemas cardiovasculares, além de dar uma sensação calmante. Além disto, estudos recentes associam ainda o riso ao aumento do colesterol HDL, o chamado “colesterol bom”, e à redução da inflamação das artérias.

 

Estímulo de diferentes órgãos

O aumento da oxigenação é responsável pelo estímulo de órgãos como os pulmões e, claro, dos músculos. A isto pode adicionar-se a libertação de analgésicos naturais que ocorre quando rimos - rir pode, assim, ajudar a aliviar a dor física.

 

Aumenta a imunidade

O ato de rir não só reduz as hormonas associadas ao stress, como aumenta os anticorpos, o que, em resumo, melhora a imunidade. O riso e os pensamentos positivos associados libertam neuropeptídeos, responsáveis por combater a ansiedade e o stress.

Pelo contrário, pensamentos negativos desencadeiam reações químicas com impacto negativo no sistema imunitário. Desta forma, rir previne estes efeitos.

 

Criação de laços sociais

Partilhar momentos divertidos é uma forma de criar laços com outros e facilita o sentimento de pertença a uma comunidade; ter uma rede social forte ajuda a lidar com as mais variadas situações e é importante para manter uma boa saúde mental. O humor e o riso funcionam como formas de reconhecimento mútuo - ao rirem-se das mesmas piadas ou situações, as pessoas compreendem que têm algo em comum.

Além de todas estas vantagens que o riso frequente, no dia a dia, tem para a qualidade de vida, o riso e o humor podem também fazer parte de estratégias de tratamento, particularmente em jovens e crianças. Ao ajudar a construir relações de confiança e a aliviar a tensão e as preocupações, a alegria e o riso devem ser promovidos e usados em ambientes hospitalares durante tratamentos, distraindo de estímulos potencialmente dolorosos.

Fontes:

Cleveland Clinic, fevereiro de 2023

Mayo Clinic, fevereiro de 2023

Ordem dos Enfermeiros, fevereiro de 2023

WebMD, fevereiro de 2023

Publicado a 18/01/2024