O que é a dieta FODMAP?

Oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis. Todos eles hidratos de carbono e fermentáveis, são estes os quatro elementos principais da dieta FODMAP (acrónimo inglês de Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides, and Polyols), que ajuda a identificar problemas de funcionamento do sistema digestivo, como intolerâncias alimentares.

O que é a dieta FODMAP?

Deve ser encarada como um teste sobre intolerâncias e não como um método para perder peso ou um regime alimentar para seguir como rotina. A dieta FODMAP consiste num plano alimentar muito restritivo, que serve essencialmente para perceber quais são os alimentos mais problemáticos para a pessoa, nomeadamente, para as que sofrem de síndrome do intestino irritável (SII) ou de intolerância alimentar não identificada, sendo-lhe mais difícil processar determinados alimentos no intestino delgado. Essa dificuldade pode também estar relacionada com excesso de bactérias no intestino delgado, conhecida como síndrome do supercrescimento bacteriano. Alguns dos sintomas que estão frequentemente associados a esses problemas são:

• Cólicas
• Diarreia
• Estômago inchado
• Obstipação
• Gases
• Flatulência

Sabia que...

Uma em cada sete pessoas sofre de síndrome do intestino irritável (SII), segundo a universidade australiana Monash. Foi nessa instituição, e a pensar nesses pacientes, que a dieta FODMAP foi desenvolvida, em 2004.

Em que consiste?

A dieta FODMAP - ou mais precisamente, a dieta “baixa em FODMAP”, na medida em que restringe alimentos que contenham esses hidratos de carbono - consiste em três etapas: eliminação, reintrodução e adaptação.

1. Eliminação: Durante as primeiras semanas, os ingredientes ou alimentos altos em FODMAP são retirados da dieta diária, o que inclui vários tipos de fruta, leguminosas, laticínios, cereais ou carne. Este processo não deve durar mais de seis semanas e deve haver acompanhamento médico, pois estes tipos de alimentos são essenciais ao organismo e nem todos os FODMAP estarão a afetar o sistema digestivo.

2. Reintrodução: Seguindo a mesma cadência que se costuma usar na introdução de alimentos em bebés - três dias seguidos -, os alimentos da lista voltam a ser colocados na dieta, um de cada vez e de um grupo apenas por semana, ao longo de oito a 12 semanas. Dessa forma é mais fácil identificar os alimentos que possam ter um efeito negativo nos intestinos, devendo a quantidade ser aumentada no segundo e no terceiro dia, para confirmar que não há reações, que os sintomas são toleráveis ou que não estão a piorar.

3. Adaptação: Terminado o processo de reintrodução dos alimentos FODMAP, com todas as reações e resultados devidamente anotados, é altura de redesenhar a dieta. Nalguns casos, trata-se de continuar a deixar completamente de lado alguns ingredientes, noutros basta ajustar a quantidade e o número de vezes que se consome, de forma a minimizar o seu efeito no organismo.

Que alimentos são mais altos em FODMAP?

Nesta tabela, conheça os alimentos com maior ou menor teor de FODMAP.

O que ter em atenção?

Segundo a Universidade Monash, em Melbourne, na Austrália, três em cada quatro pessoas que sofrem de síndrome do intestino irritável (SII) sentiram melhoras após serem identificados os alimentos aos quais são intolerantes. Outros estudos internacionais chegaram a resultados positivos também noutras doenças e mesmo em pacientes com doença de Crohn, uma doença inflamatória intestinal crónica.

A planificação da dieta deve ser acompanhada por um médico, preferencialmente um gastrenterologista. Um nutricionista especializado em SII também pode ajudar a definir as listas de alimentos a evitar ou privilegiar. Sendo altamente restritiva nas primeiras semanas, a dieta FODMAP não deve ser seguida por pessoas com um peso demasiado baixo e está contraindicada em quem sofre de doenças do comportamento alimentar.

A longo prazo, a dieta FODMAP pode ser causa de deficiências nutricionais importantes.