A preparação do inverno para o doente oncológico
Em antecipação do tempo frio, os doentes oncológicos devem ter especial atenção à sua saúde. Siga os conselhos do seu médico e consulte-o sempre que precisar.
Prevenir a neuropatia
Alguns dos fármacos utilizados para tratar o cancro podem acentuar a sensibilidade ao frio, provocando nos doentes a sensação de formigueiro ou de choque, principalmente nas mãos e nos pés. Para aliviar os sintomas, é importante estar sempre agasalhado e reforçar a proteção das extremidades. O consumo de chás e outras bebidas quentes também ajuda a manter a temperatura do corpo.
Reforçar a imunidade
No inverno, é comum que haja um aumento do risco de transmissão de vírus e bactérias, pois as pessoas tendem a concentrar-se em locais fechados e com pouca circulação de ar.
Alguns tratamentos oncológicos, como determinados tipos de quimioterapia, podem causar uma diminuição na produção de glóbulos brancos, que são células do sistema imunitário. Além disso, também o cancro pode suprimir o sistema imunológico.
Com esse sistema em desvantagem, está favorecida a infeção por vírus e bactérias, que podem causar uma série de doenças. Se não forem tomados os devidos cuidados, os efeitos colaterais podem agravar-se e interferir na qualidade de vida do doente. Em alguns casos, é preciso interromper o tratamento até recuperação, o que pode agravar o prognóstico da doença.
É importante minimizar o risco de infeção:
- Evitar ambientes com grande movimentação ou circulação de pessoas.
- Lavar bem as mãos, frequentemente.
- Evitar diferenças bruscas de temperatura.
- Na alimentação, é importante que o doente mantenha o consumo de alimentos frescos e se hidrate com frequência.
- Evitar o contacto com pessoas doentes.
Manter a pele hidratada
A perda de hidratação é um fator que prejudica a pele do doente oncológico. No inverno, além da perda de hidratação devido ao tratamento, ainda existe a baixa humidade do ar, que potencia esse efeito. Se a pele não for bem cuidada, os efeitos colaterais do tratamento podem agravar-se, levando ao aparecimento de fissuras, erupções, rubor, prurido e por vezes a síndrome mão-pé que causa hipersensibilidade nas mãos e nos pés, podendo levar ao desenvolvimento de úlceras em casos mais graves. Por isso, é muito importante manter a pele hidratada durante o tratamento.
Exercício físico e nutrição
O exercício é benéfico para todos e não apenas para aqueles que estão bem. É fundamental que o doente oncológico em tratamento ativo mantenha rotinas ajustadas; devemos ser flexíveis na forma como promovemos o exercício, para que os doentes possam fazê-lo onde estiverem mais confortáveis.
Um bom estado nutricional traduz-se em efeitos positivos na função imunitária, na diminuição da taxa de complicações, na eficácia da resposta ao tratamento e no controlo dos sintomas. Assim, é fundamental que o estado nutricional seja otimizado. O recurso a alimentos específicos, pode ser um forte aliado na prevenção e alívio de algumas queixas associadas ao tratamento e à doença.
Ao viver com cancro, o doente deve estar suficientemente bem para aproveitar os relacionamentos, as atividades e o tempo. Muitas vezes, a procura do equilíbrio é uma luta. Mas, se o doente estiver comprometido com o processo terapêutico e perceber os cuidados a ter, tudo se torna mais fácil e com muito menos contrariedades.